A participação dos importados no consumo interno de bens industriais avançou no primeiro trimestre do ano, em decorrência da combinação do crescimento da demanda interna em ritmo chinês e do câmbio valorizado. De janeiro a março, as importações atingiram 17,7% do total, superando a máxima anterior, de 17,2%, registrada no quarto trimestre de 2008, segundo cálculos da LCA Consultores. Os produtos estrangeiros ganham terreno a despeito da expansão acelerada da produção doméstica porque as importações crescem ainda mais rápido. De janeiro a março, a produção industrial aumentou 18% em relação ao mesmo período de 2009 e o volume de compras externas avançou 38%.
O economista Douglas Uemura, da LCA, diz que já esperava um aumento da fatia dos importados, mas foi surpreendido pelo ritmo da alta ocorrida entre janeiro e março. Para ele, a força da demanda é o principal fator que explica essa mudança, coadjuvada pelo dólar barato. A LCA estima que, no primeiro trimestre, o consumo das famílias cresceu 10,5% em relação ao período janeiro/março de 2009 e o investimento, 23%. Sinal eloquente do aquecimento da demanda é o desempenho das vendas no varejo, que subiram 12,8% no primeiro trimestre.
O economista André Sacconato, da Tendências Consultoria, considera natural o aumento da participação dos importados. "O câmbio está em um nível que favorece as importações e claramente a produção local não dá conta da demanda", diz ele, destacando que o processo modera as pressões inflacionárias.
No segmento de veículos, a fatia dos importados atingiu 18,4% no primeiro trimestre. É um número muito superior aos 14,4% do segundo trimestre de 2009, o ponto mais baixo do período que se seguiu ao agravamento da crise global. Esse aumento da participação dos produtos estrangeiros ocorre apesar de a produção interna de veículos ter crescido 38% no período. A questão é que a alta das importações foi ainda maior: 81%.
Também houve avanço expressivo da fatia dos
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